terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Carpe Diem



Todo dia quando minha cabeça enxe de pensamentos, minha vontade é de vir correndo pra cá e simplesmente escrever tudo o que quero, até esvaziar. Até eu sentir uma sensação de alívio, de desabafo. Mas acho que isso não seria uma solução. Quanto mais pensamos para esclarecer algo, mais nossa imaginação vai longe de alguma resposta.
Esse seria mais ou menos o pensamento de Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa. Ele diz que pensar não é 'certo' e justifica tudo através dos sentidos. Para ele importa o momento, o concreto.

"(...)Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e pela esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto(...)
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo(...)
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar"

E eu concordo plenamente. Talvez em teoria, porque as vezes teimo em querer viver do passado, das lembranças. Mas aí me dou conta e vejo que não vale a pena. Que o que vale é o presente, o agora. "Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo". E então quando eu sentir saudade de algum momento que passou é só eu ir em minha memória e rever o capítulo. Mas sem ficar presa naquilo, e não tentar que aquele momento volte. Apenas relembrar que aquilo valeu a pena, e sorrir. Depois voltar pra realidade pra aproveitar aquele instante.

'É isso. E Carpe Diem!'

Sobre a foto: Times Square - NYC. After the rain.